Por: Gabriella Tomaz
Desde muito jovem, Ana Carolina Luna já sonhava em trilhar um caminho no meio do empreendedorismo. Sem desistir, hoje, tem marca própria no mercado de semijoias.
Ana Carolina Luna desde sempre ansiava por mudar a realidade na qual vivia. Quarta filha de pais de classe média baixa de Ponta Nova, cidade no interior de Minas Gerais, desde muito nova, Carolina buscou investir em ações que tivessem retorno financeiro. Mesmo sem saber, já estava empreendendo e trilhando o seu caminho para fundar a Carolina Luna, marca de semijoia.
Foi vendedora de roupas íntimas, doces e revistas até que chegou nos acessórios e se encontrou. Aos 16 anos, em busca de um ensino melhor, mudou-se para Ouro Preto (MG) para estudar em um colégio técnico, e foi na histórica cidade mineira que começou a construir, de fato, o seu caminho no meio do empreendedorismo.

Foto: divulgação
“Em Ouro Preto tem muita ladeira, então, era complicado ficar levando para cima e para baixo as sacolas com os produtos. Eu precisava de uma coisa que fosse mais compatível com a minha realidade ali, e foi então que eu tive a ideia de vender acessórios”, conta Carolina Luna. A busca pelas peças exigiu resiliência: nas três primeiras tentativas, ganhou três negativas de lojas diferentes. Apenas na quarta, conseguiu firmar parceria para ser revendedora.
Foram três anos em que ela vendeu semijoias, enquanto estudava. As vendas também a ajudavam a se manter e ter o básico para viver e adquirir conhecimento. No final, se formou e, além do diploma do ensino médio, também saiu com o de Técnica em Mineração e, o mais importante: durante o estágio do curso técnico, Ana Carolina criou a sua primeira marca, a Laço de Fita.
Só tem resultado quem faz
A empreendedora seguiu com a marca durante a Faculdade de Engenharia de Produção, período em que profissionalizou o negócio, com algumas reestruturações e mudança de posicionamento, pois acreditava que aquele seria o negócio da sua vida. “O que antes era uma questão para sobrevivência tinha se tornado algo muito além, era algo que eu via como um negócio a curto e longo prazo”, explica.
Como diz Carolina, “só tem resultado quem faz”, e foi com isso em mente que a empresária fez um empréstimo com seu irmão. A meta era abrir a primeira loja física, que ficou por muito tempo no terceiro andar de uma galeria da sua cidade natal, local sem muita visibilidade. Para driblar a localização e atrair a clientela, começou a divulgar os seus produtos nas redes sociais.
“Eu sempre tive muito contato com as redes sociais, mas nesse momento eu investi mais, pois as pessoas precisavam chegar até a mim. Para isso, elas precisavam me ver, e aí eu comecei a ter retorno. Todo o tráfego da loja veio todo do digital”, conta.
Luna nesse momento se dividia entre a faculdade, em Ouro Preto, e a loja. A distância entre os locais de estudo e de trabalho a fez tomar uma decisão drástica: abrir mão da graduação para se dedicar por completo à Laço de Fita.
Comunicação e adaptação
No meio do caminho próspero que Carolina estava trilhando, veio a pandemia, que segundo ela, no primeiro momento, não sentiu o impacto e até viu as vendas subirem. Já em 2021, o cenário foi bem diferente: “vendia acessórios, e com as pessoas em casa sem poder sair, já não fazia tanto sentido consumirem (o meu produto). Foi então que, a partir de pedidos que surgiram nas redes sociais, eu comecei a diversificar os meus produtos”, pontua.
Com o seu trabalho nas redes sociais, Carolina viu a demanda por outros objetos surgirem. As clientes pediam por “peças decorativas fofas”. A experiência da Carolina Luna pode ser corroborada pelos números: pesquisa da Casa do Construtor, em 2021, mostra que 38% dos entrevistados realizaram as reformas por conta de hábitos desenvolvidos na pandemia. De acordo com a empreendedora, ela “operou um milagre”.
“Mantive o mesmo público. Em poucos meses, migrei a loja de bijuterias para uma loja de presentes e ainda mantive o mesmo nome e a mesma identidade visual, e foi super aceito pelo público”, lembra.
Depois, com o ritmo de vendas indo bem, tirou os acessórios e manteve a loja só com peças de decoração e presentes, se adaptando a demanda do mercado daquele momento.
A virada
Em 2021, com duas lojas abertas, a empresária engravidou e teve alguns insights de mercado e de vida: resolveu apostar no e-commerce. Com as lojas distantes entre si, exigindo uma logística mais complexa para o abastecimento delas, e vendo o movimento do e-commerce crescer, sonhos antigos foram despertados: ter a sua própria marca e oferecer a oportunidade para outras mulheres empreenderem com o que ela iria produzir ali. Carolina decidiu investir no sonho e vender as duas lojas, inclusive, mudando de cidade para construir a sua própria marca.
Hoje, a empresa Carolina Luna é um showroom online de peças criadas e pensadas pela própria empreendedora. A marca já está consolidada no mercado e Luna conta que conseguiu realizar seu sonho de empreender e ter mais estabilidade na vida, mas principalmente poder oferecer a outras mulheres a oportunidade de crescer dentro do mercado de revendas, da mesma maneira que aconteceu com ela.
“A gente precisa estar muito alerta e preparada para os sinais que a vida nos oferece. Se qualifique, faça networking, mas não desista dos seus sonhos. A vida é muito curta para gente não os viver. Apenas comece com o que você tem hoje. Faça o melhor com o que você tem hoje, para ter condições futuramente de evoluir. Mas acima de tudo, faça o que ama e dê retorno financeiro. Não o faça só por dinheiro, pois negócio nenhum vai para frente dessa forma, precisa ter amor e dedicação ali. Condições perfeitas não existem e se por um acaso você esperar por elas, talvez você comece tarde demais”, finaliza.
Edição: Fernanda Peregrino
FONTE: Varejo S.A
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