FOTO: Envato
POR: Alex Akira
Painel reúne indicadores de empresas, emprego, faturamento, dinâmica regional e comportamento setorial para apoiar micro e pequenos varejistas na tomada de decisão
Ter acesso a dados confiáveis e, principalmente, saber utilizá-los deixou de ser luxo e se tornou necessidade. É nesse contexto que o Observatório Setorial Territorial (OST), plataforma pública desenvolvida pelo Sebrae, surge como uma das ferramentas mais completas para quem atua no comércio varejista. Com dados organizados por setor, território e porte empresarial, a ferramenta permite que empreendedores analisem movimentações do mercado, identifiquem oportunidades e planejem ações com maior precisão.
Segundo André Luís Araújo Maciel, analista de inteligência de mercado do Sebrae, o Observatório nasceu justamente para preencher uma lacuna histórica. “O OST foi concebido como uma estratégia de inteligência do Sebrae para apoiar e influenciar atores relevantes com análises qualificadas sobre dinâmicas econômicas e territoriais. Seu propósito é preencher a ausência de informações integradas e confiáveis sobre o ambiente de negócios, permitindo decisões estratégicas baseadas em evidências”, explica.
Embora o uso direto pelo pequeno negócio não seja o foco inicial da plataforma, ele destaca que o impacto chega na ponta por meio da rede de atendimento. “A atuação sobre o pequeno varejista ocorre indiretamente, por meio de parceiros e dos canais de relacionamento do Sebrae”, afirma.
Um panorama completo do varejo brasileiro
O painel dedica uma área exclusiva para o comércio varejista, reunindo indicadores essenciais sobre a dinâmica do setor em diferentes estados e municípios. Ali, é possível consultar dados como:
- quantidade de empresas ativas, por porte e segmento;
- evolução do emprego formal no varejo;
- taxas de abertura e fechamento de negócios;
- composição das atividades varejistas por território;
- produtividade e perfil das empresas;
- comparações regionais, tendências e sazonalidades.
André detalha alguns dos indicadores mais relevantes. “O OST reúne dados de emprego formal, número de empresas por setor e porte como proxy de concorrência, e ainda a ferramenta Inteligência Urbana, que identifica oportunidades de mercado ou excesso de oferta em áreas específicas. Com esse ferramental, um atendente do Sebrae ou parceiro consegue orientar o pequeno negócio sobre abertura, expansão ou reposicionamento”, explica.
Essas informações permitem identificar tendências e mudanças cruciais, como crescimento de determinados segmentos, retração de outros, surgimento de vocações econômicas regionais e evolução dos níveis de formalização.
Por que isso importa para o pequeno varejista
Um dos maiores desafios dos pequenos empreendedores é tomar decisões baseadas em evidências e não apenas em intuição ou percepção pessoal. Muitos varejistas ainda escolhem locais para abrir lojas, ampliam serviços ou investem em estoque sem uma leitura clara da dinâmica econômica do território onde atuam. O Observatório ajuda a preencher essa lacuna ao mostrar se a região está ganhando ou perdendo empresas, se o emprego formal está crescendo, indicando expansão de mercado, e quais segmentos estão abrindo, fechando ou contratando mais. Essa leitura amplia a capacidade do empreendedor de identificar saturação, oportunidades de nicho, mudanças de vocação e riscos competitivos.
Na prática, esses dados chegam ao empresário traduzidos pelos produtos e consultorias do Sebrae. André explica que embora o OST seja voltado para influenciar atores estratégicos, os dados chegam ao empresário por meio de painéis, estudos e conteúdos aplicados. “Um estudo territorial, por exemplo, pode indicar forte concentração de um tipo de comércio em um bairro e orientar a escolha de localização ou a inclusão de novos produtos alinhados à vocação local”, diz.
Assim, decisões como abrir uma unidade, ajustar mix de produtos, ampliar serviços, contratar equipe ou reposicionar a atuação regional passam a ser baseadas em evidências e não em tentativas.
Oportunidades nem sempre são visíveis
Um dos diferenciais mais relevantes do Observatório é a capacidade de leitura territorial. Mais do que analisar setores, o sistema permite enxergar como cada região se comporta: quais cidades estão crescendo, onde há retração do varejo e quais atividades despontam como mais promissoras. Para redes menores e negócios familiares, isso significa acesso a informações que antes eram invisíveis: territórios que ganham força econômica, regiões onde há excesso de oferta, áreas em transformação e municípios onde a dinâmica comercial começa a se movimentar.
Essa visão também serve como base para políticas públicas e planejamento de entidades setoriais, ajudando a direcionar capacitações, entender gargalos e estruturar programas de desenvolvimento econômico mais assertivos.
Sobre os desafios do próprio Observatório, o analista do Sebrae destaca uma limitação importante. “A diversidade do varejo não é plenamente representada pelas bases oficiais. Pelo CNAE, não diferenciamos um restaurante italiano de um rodízio de pizza, ou varejo de moda masculina de lingerie feminina”. Para superar isso, o Sebrae já iniciou um movimento estruturante. “Estamos começando pesquisas para consolidar produtos e serviços dos pequenos negócios, o que permitirá no futuro um estudo mais profundo dos subsegmentos”, afirma.
Além da leitura territorial, o Observatório opera o Radar Setorial, que monitora diariamente o Diário Oficial da União para identificar mudanças regulatórias e orientar setores sobre seus impactos. Esse acompanhamento constante já sinaliza tendências importantes.
“A Reforma Tributária trará desafios de adaptação ao novo modelo, exigindo ajustes nos processos fiscais e contábeis das empresas”, ressalta André. Outra mudança relevante é a atualização das regras do vale-refeição e vale-alimentação. “Ela cria condições para melhoria de margem no varejo alimentar no curto prazo, ao permitir maior flexibilidade na aceitação e negociação com bandeiras”, finaliza.
Essas transformações reforçam a necessidade de que micro e pequenos varejistas adotem planejamento, profissionalização e acompanhamento contínuo de dados, exatamente o que plataformas como o OST se propõem a entregar.
Um instrumento gratuito, acessível e estratégico para o varejo
Com visual intuitivo e leitura simples, o Observatório Setorial Territorial se consolida como uma das ferramentas mais relevantes para quem busca decisões orientadas por dados. Para empreendedores do comércio varejista, ele pode ser o ponto de partida para planejar expansão, ajustar estratégias, identificar oportunidades e entender o território de forma mais profunda.
FONTE: Varejo S.A
