FOTO: Shutterstock

Decisões rápidas, integradas e assertivas em um mercado volátil e altamente competitivo são fundamentais

Em meio à volatilidade de preços e à pressão constante por competitividade, o pricing inteligente tem se consolidado como uma das maiores apostas do varejo brasileiro. Definir o valor certo deixou de ser um exercício empírico e passou a exigir análise preditiva, integração de dados e decisões em tempo real.

No Brasil, onde o consumo representa mais de 60% do PIB e o varejo movimenta trilhões de reais por ano, essa transformação é estratégica. Segundo um estudo da PwC, 60% dos líderes globais de Revenue Growth Management (RGM) apontam a falta de ferramentas adequadas como um dos principais desafios para precificação, enquanto 40% mencionam a baixa agilidade operacional e a escassez de dados confiáveis.

Da reação à antecipação

Em um cenário de inflação volátil, câmbio instável e consumidores cada vez mais sensíveis a preço, empresas que ainda dependem de modelos manuais enfrentam dificuldades para reagir com agilidade. A Inteligência Artificial (IA) vem se tornando o elo que conecta todas as etapas do processo de precificação, do planejamento ao sell-out, permitindo respostas rápidas a variações de mercado e maior equilíbrio entre margens e percepção de valor.

“O desafio das empresas hoje não é apenas reagir às variações do mercado, mas equilibrar ganhos imediatos com o posicionamento de longo prazo da marca”, avalia Gabriel Vasconcellos, executivo da o9 Solutions na América Latina. “A IA tem se tornado um diferencial competitivo essencial para transformar dados em decisões rápidas, integradas e sustentáveis.”

O avanço da IA no mercado brasileiro

Desde 2022, o Brasil tem registrado crescimento expressivo na adoção de soluções de Revenue Growth Management (RGM), tendência impulsionada por segmentos como alimentação, bebidas, cosméticos e bens de consumo.

A digitalização de processos e a integração entre áreas como marketing, supply e trade têm permitido maior previsibilidade, eficiência operacional e rentabilidade em um ambiente de margens apertadas.

De acordo com especialistas, o país reúne características únicas que tornam o uso da IA ainda mais relevante: alta volatilidade econômica, diversidade regional e sensibilidade do consumidor ao preço. Nesse contexto, soluções de pricing inteligente, como as utilizadas por grandes indústrias e redes varejistas, vêm ganhando espaço por possibilitar decisões baseadas em dados em vez de percepções isoladas.

A nova lógica da precificação

Com a chegada de tecnologias preditivas e sistemas que combinam dados internos e externos, o pricing passa a ocupar um papel estratégico dentro das empresas. A precificação deixa de ser uma etapa operacional e se transforma em um instrumento de gestão de valor, capaz de prever comportamento de consumo, ajustar campanhas em tempo real e alinhar rentabilidade ao propósito de marca.

À medida que o varejo avança em direção à automação e ao planejamento inteligente, a IA se consolida como aliada indispensável, não apenas para otimizar margens, mas para redefinir a forma como o setor cresce e se adapta em um ambiente cada vez mais dinâmico.

FONTE: Varejo S.A