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POR: Colaborador

O modelo deixou de ser apenas uma alternativa complementar dentro da jornada de compra e passou a ocupar um papel estratégico no desenho das operações

A transformação do varejo nos últimos anos alterou profundamente a relação entre consumidores, lojas e tecnologia. Entre as mudanças, o self-checkout se consolidou como uma peça-chave para elevar a eficiência das operações e aprimorar a experiência do cliente. O modelo deixou de ser apenas uma alternativa complementar dentro da jornada de compra e passou a ocupar um papel estratégico no desenho das operações.

Uma pesquisa da Opinion Box em parceria com a Payface, revelou que 64% dos brasileiros já utilizam o autoatendimento em lojas físicas e 85% avaliam a experiência positivamente. A preferência dos consumidores se traduz em efeitos diretos como redução de filas, menor tempo de espera e uma sensação maior de controle sobre o processo. O modelo torna-se especialmente relevante em horários de pico, quando a agilidade pode determinar se a experiência será satisfatória ou frustrante.

Do ponto de vista operacional, o impacto é igualmente significativo, já que permite redirecionar colaboradores, antes dedicados exclusivamente ao caixa, para atividades mais estratégicas, como atendimentos consultivos, reposição inteligente de estoque, apoio ao cliente e organização da loja.

A capacidade de integração do self-checkout com sistemas de gestão e ferramentas de automação também é essencial para garantir uma experiência de compra única. Um checkout ágil depende de cadastros atualizados, controle de estoque eficiente, comunicação precisa de preços e processos padronizados. Quando conectado a um ERP robusto, o autoatendimento ajuda a evitar divergências, reduz perdas operacionais e garante uma operação mais transparente e confiável.

Além disso, a integração com os sistemas de gestão e programas de fidelidade trazem informações relevantes sobre o cliente, o que permite oferecer descontos especiais ou produtos que possam interessar ao consumidor naquele momento, contribuindo para o aumento do ticket médio na loja. Ofertas personalizadas, desenvolvidas a partir da análise de dados por Inteligência Artificial, trazem ganhos significativos para o relacionamento da marca com o cliente, além de aumentar a lucratividade do negócio.

O self-checkout também reforça a importância da omnicanalidade. Em um momento em que o cliente transita livremente entre canais físicos e digitais, oferecer uma compra rápida e independente dentro da loja física aproxima a experiência offline da agilidade já consolidada no e-commerce. O consumidor sente que tem controle sobre o próprio tempo e isso, para o varejo, se traduz em maior fidelização e aumento da competitividade.

Mais do que uma tendência, o self-checkout é um pilar estratégico para varejistas que buscam diferenciação, eficiência e um relacionamento mais inteligente com seus clientes. Ao combinar autonomia, tecnologia e integração operacional, o setor se posiciona para entregar experiências mais completas e alinhadas ao futuro do consumo.

*Cláudio Alves é diretor de Enterprise da Linx, empresa especialista em tecnologia para o varejo

FONTE: Varejo S,A