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POE: Alex Akira
O brasileiro aprendeu a comparar antes de comprar. Neste Natal, o consumidor chega mais atento, digital e exigente, em busca do melhor preço, mas também de conveniência, confiança e prazo de entrega. Segundo a pesquisa “Intenção de Compras para o Natal 2025”, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, 82% dos consumidores pretendem pesquisar preços antes de comprar os presentes de fim de ano.
O dado reforça o amadurecimento do consumidor e o impacto das ferramentas digitais na jornada de compra. Em um ambiente de inflação controlada, mas preços percebidos como mais altos, 59% afirmam que os produtos estão mais caros do que em 2024, o comportamento racional ganha protagonismo.
A internet virou o principal balcão de comparação
Entre os entrevistados, 87% pretendem pesquisar preços pela internet, sendo que 75% farão isso em sites e aplicativos e 47% usarão as redes sociais como fonte de informação. Além disso, 64% ainda pretendem comparar valores presencialmente, reforçando o perfil híbrido do consumidor brasileiro.
Os principais canais de busca online são lojas internacionais (69%), buscadores de preço (52%), marketplaces de produtos novos e usados (52%) e lojas de departamento (47%). O comportamento mostra que o consumidor não apenas migrou para o digital, mas também desenvolveu estratégias próprias de comparação, cruzando fontes e avaliando vantagens além do preço, como frete, reputação da loja e políticas de devolução.
Mesmo com o protagonismo do digital, o levantamento mostra que 75% dos consumidores pretendem comprar os presentes presencialmente, especialmente em lojas de departamento (36%) e shopping centers (31%). A loja física, portanto, continua relevante como etapa final da jornada de decisão, um espaço onde o cliente confirma a qualidade, testa o produto e, muitas vezes, finaliza a compra após pesquisar online.
Esse comportamento reforça o modelo omnicanal, em que o consumidor transita livremente entre o virtual e o físico, buscando a melhor experiência em cada etapa da compra.
Preço segue líder, mas conveniência ganha força
Na hora de decidir onde comprar, 46% dos consumidores priorizam o preço, 35% as promoções, 24% o valor do frete e 23% o prazo de entrega. Já entre as classes A/B, a qualidade passa a ter peso maior: 25% desse grupo dizem que ela é o principal fator de decisão.
Esse equilíbrio entre custo e valor percebido indica uma mudança de mentalidade — o consumidor não quer apenas economizar, mas sentir que fez uma boa escolha. Isso amplia a importância de estratégias que combinem preço competitivo, boa comunicação e transparência nas condições de venda.
O novo comportamento do consumidor impõe desafios e oportunidades ao varejo. As lojas que investirem em clareza de informações, precificação justa, avaliações reais e atendimento ágil tendem a conquistar a confiança de um público cada vez mais consciente.
O que a pesquisa mostra é que o brasileiro não compra mais no “automático”: ele pesquisa, compara, lê comentários e questiona. E, quando finalmente decide comprar, valoriza tanto o preço quanto a experiência.
O Natal 2025, portanto, deve ser marcado por um consumo mais racional e informado, onde o presente ideal não é apenas o mais barato, mas o que oferece o melhor custo-benefício e entrega uma boa história de compra.
FONTE: Varejo S.A
