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Modalidade ganha espaço entre pequenos empreendedores e profissionais liberais, mas sem planejamento a cota pode virar custo, não ativo

O consórcio imobiliário contratou R$ 191,11 bilhões em 2024, alta de 35% sobre 2023, segundo dados da ABAC. Apesar desse impulso, microempreendedores individuais (MEIs) e autônomos frequentemente falham em transformar a cota em ativo, pois contratam sem inserir o consórcio em um plano financeiro estruturado.

“É comum vermos empreendedores que contratam o consórcio sem alinhar o pagamento das parcelas ao fluxo de caixa ou sem definir metas claras para a utilização da carta de crédito. Nesses casos, a cota deixa de ser uma alavanca e passa a ser apenas um custo fixo mensal”, avalia Juciel Oliveira, fundador e CEO da Monteo.

A Monteo atende milhares de MEIs e autônomos, orientando para que o consórcio seja parte de um plano de acúmulo patrimonial. O plano prevê estratégias que variam conforme o momento da contemplação: multiplicar o capital com a venda da cota com alavancagem financeira, adquirir imóveis de alto potencial e usar sua rentabilidade para quitar as parcelas restantes ou acumular ganhos ao final do consórcio, resgatando um valor superior ao investido.

Outro dado recente da 17ª edição do Observatório Febraban, com pesquisa emitida pelo IPESPE, mostra que 55% dos brasileiros afirmam que entendem pouco (40%) ou nada (15%) de educação financeira. Esse contexto reforça o desafio: mesmo com potencial, muitos ficam sem mecanismos para transformar o consórcio em patrimônio.

Desta forma, Juciel aponta cinco passos para transformar a carta de consórcio em patrimônio:

1) Alinhar parcelas ao fluxo de caixa do negócio ou da atividade autônoma.
2) Definir metas claras para o uso da carta de crédito (expansão, imóvel próprio ou renda de aluguel).
3) Acompanhar de perto o grupo para não perder o momento da contemplação.
4) Utilizar rendimentos de outras aplicações financeiras para custear parcelas, preservando liquidez.
5) Buscar administradoras autorizadas pelo Banco Central e apoio de assessoria especializada.

“Quando o MEI ou o autônomo entende que o consórcio não é só um parcelamento, mas um mecanismo de alavancagem, muda o jogo. A carta de crédito pode ser o ponto de virada para transformar fluxo de caixa em patrimônio sólido, desde que seja conduzida com estratégia”, conclui Juciel.

FONTE: Varejo S.A