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POR: Alex Akira

Filhos lideram a lista de presenteados e recebem os presentes de maior valor

Mais do que uma data de consumo, o Natal segue sendo o momento em que o afeto se traduz em gesto. A troca de presentes permanece como símbolo de carinho e aproximação, e, mesmo com a digitalização das compras e a busca por promoções, a emoção ainda é o que guia o carrinho do consumidor brasileiro.

Segundo a pesquisa “Intenção de Compras para o Natal 2025”, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, os filhos continuam sendo os principais presenteados neste Natal (58%), seguidos pela mãe (46%), cônjuge (40%), pai (23%) e irmãos (23%).

O levantamento mostra que, mesmo em tempos de maior planejamento financeiro, o ato de presentear mantém forte conexão com o campo emocional, refletindo o desejo de celebrar vínculos e reforçar laços familiares.

Amor em forma de presente

O estudo aponta que 28% dos consumidores destinarão o presente de maior valor aos filhos, seguidos por 19% ao cônjuge e 18% à mãe. Esses números reforçam que, para o brasileiro, o presente não é apenas uma compra, mas uma forma de demonstrar cuidado, reconhecimento e amor.

Essa relação entre emoção e consumo também ajuda a explicar por que o Natal segue sendo o período mais importante do varejo: a motivação não é apenas econômica, mas simbólica. O consumo natalino representa um investimento em pessoas, não apenas em produtos.

O ato de presentear ainda é um dos rituais mais poderosos da cultura brasileira. Ele traduz afeto, reciprocidade e pertencimento, valores que resistem às transformações digitais e econômicas.

Entre as categorias mais procuradas neste Natal, as roupas seguem na liderança (52%), seguidas por perfumes e cosméticos (36%), calçados (30%), brinquedos (30%) e acessórios (22%).
Essas escolhas reforçam a importância de itens com apelo emocional e utilitário, que unem desejo, cuidado e simbolismo.

A pesquisa também revela um movimento interessante: 43% dos consumidores pretendem trocar presentes materiais por experiências, como jantares, viagens ou passeios. Essa mudança indica uma evolução do conceito de presente, menos sobre o objeto em si e mais sobre o tempo compartilhado e as memórias criadas.

O valor da convivência

O perfil dos presenteados revela a centralidade da família na cultura de consumo brasileira. O Natal continua sendo uma data de celebração coletiva, em que o ato de comprar é apenas parte do ritual.
Mesmo com a alta digitalização das compras, 58% dos consumidores devem comprar online e 75% em lojas físicas, a motivação segue humana: proporcionar alegria a quem se ama.

Essa dimensão afetiva explica também por que muitos consumidores gastam mais com quem têm vínculo direto. O valor do presente está menos relacionado ao preço e mais à importância emocional do destinatário.

Ainda que o afeto seja o principal motor das compras, o consumidor chega ao Natal de 2025 mais planejado e racional. O ticket médio de R$ 174 por presente é 27% maior que o do ano passado, e 79% pretendem pagar à vista, sinal de que o cuidado com o orçamento não elimina o desejo de celebrar.

O resultado é um equilíbrio entre coração e cálculo: o consumidor busca controlar gastos, mas não abre mão do gesto simbólico de presentear quem ama.

O Natal segue, portanto, como um retrato fiel da cultura brasileira, afetiva, generosa e relacional. E enquanto houver laços para celebrar, o comércio continuará sendo parte dessa história.

FONTE: Varejo S.A