POR: Alex Akira
O comércio de rua e os shoppings voltam a liderar as compras natalinas, mesmo com o avanço do e-commerce
Depois de anos marcados pela ascensão do comércio digital, o consumidor brasileiro parece reencontrar o prazer das compras presenciais. A movimentação nas vitrines, a experiência de escolher o presente na hora e o contato direto com o produto estão reconquistando espaço e prometem ser protagonistas do Natal 2025.
De acordo com a pesquisa “Intenção de Compras para o Natal 2025”, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, 75% dos consumidores pretendem realizar as compras de Natal presencialmente. O dado reforça o papel das lojas físicas como principal canal de venda na data mais importante do varejo brasileiro.
O retorno da experiência e da confiança
As lojas de departamento (36%) e os shopping centers (31%) serão os principais destinos de compra neste Natal. A pesquisa indica que, apesar da conveniência digital, o consumidor ainda valoriza a experiência tátil e o atendimento personalizado que o ambiente físico proporciona, fatores que transmitem confiança, segurança e imediatismo.
Para muitos brasileiros, comprar presencialmente é também um ritual social e emocional, que marca o início das festas. O clima de decoração natalina, o contato com o produto e a possibilidade de levar o presente na hora seguem como diferenciais competitivos que o e-commerce ainda não substitui completamente.
Mesmo com o domínio das lojas físicas, o consumo digital continua forte. A pesquisa mostra que 58% dos consumidores também devem adquirir pelo menos algum presente pela internet, o que representa cerca de 94,2 milhões de pessoas.
Entre eles, 71% utilizarão aplicativos de compras e 61% farão pedidos por sites, enquanto o Instagram aparece como canal relevante para 23% dos entrevistados. Na média, 70% dos presentes comprados pela internet devem ser feitos por meio desses canais, confirmando a consolidação de um comportamento híbrido e complementar.
Em outras palavras, o brasileiro voltou ao shopping, mas não largou o celular. Ele pesquisa preços online, compara avaliações e finaliza parte das compras no digital, combinando conveniência com experiência física.
Pesquisa de preços é regra
Antes de bater o martelo, o consumidor quer se certificar de que está fazendo o melhor negócio. A pesquisa revela que 82% dos brasileiros pretendem comparar preços antes de comprar, e 87% farão essa pesquisa pela internet — mesmo que a compra final ocorra em loja física.
Os principais canais de busca serão os sites internacionais (69%), buscadores e marketplaces (52%), e lojas de departamento (47%). O comportamento reforça a ideia de um consumidor empoderado, que usa a tecnologia como aliada, mesmo quando compra offline.
Para o varejo, os dados apontam um caminho claro: o futuro das vendas de fim de ano será híbrido, com integração entre lojas físicas, e-commerce e redes sociais. A estratégia não está mais em escolher um canal, mas em oferecer a melhor jornada possível em todos eles, do clique à sacola.
A retomada das lojas físicas é também um convite à diferenciação: investir em atendimento, ambiente, conveniência e serviços complementares será essencial para converter o fluxo em vendas e fidelização.
Depois de um ciclo de compras marcadas pelo isolamento digital e pela pressa dos cliques, o brasileiro parece buscar algo mais tangível: o prazer de ver, tocar, comparar e celebrar. A loja física volta ao centro do Natal, não apenas como ponto de venda, mas como ponto de encontro entre consumo, emoção e experiência.
FONTE: Varejo S.A
