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POR: Alex Akira

75% vão às lojas, mas 58% também comprarão online

O Natal de 2025 será marcado por um consumidor que não escolhe entre shopping e marketplace, ele quer os dois. As fronteiras entre o físico e o digital se tornaram cada vez mais sutis, e a jornada de compra passou a ser definida por conveniência, confiança e experiência, mais do que por canal.

De acordo com a pesquisa “Intenção de Compras para o Natal 2025”, realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, 75% dos consumidores pretendem comprar presentes em lojas físicas, enquanto 58% também farão pelo menos uma compra online.

Na prática, o brasileiro está construindo um Natal híbrido, em que pesquisa, decisão e pagamento acontecem em plataformas diferentes e complementares.

Lojas físicas recuperam protagonismo

Os dados mostram que as lojas de departamento (36%) e os shopping centers (31%) voltam a ser os principais destinos das compras natalinas. O ambiente físico oferece confiança, contato direto com o produto e imediatismo, características valorizadas especialmente por quem busca presentes personalizados ou quer evitar surpresas de última hora.

Para muitos consumidores, o passeio ao shopping faz parte do ritual natalino: além de comprar, é o momento de vivenciar o clima da data, observar vitrines decoradas e compartilhar experiências com a família. Essa dimensão emocional reforça o papel da loja física como espaço de convivência e experiência, não apenas de transação.

Mesmo com a retomada das lojas presenciais, o e-commerce segue firme como aliado do Natal. Entre os consumidores que comprarão online, 71% devem usar aplicativos de compras, 61% sites, e 23% pretendem utilizar o Instagram como canal de aquisição.

Na média, 70% dos presentes adquiridos pela internet devem ser comprados por meio de plataformas digitais e 56% dos consumidores que compram em sites ou apps internacionais dizem priorizar lojas brasileiras, o que mostra uma busca por segurança e familiaridade mesmo no ambiente globalizado.

Além de conveniência, o digital oferece velocidade e personalização: o consumidor compara preços, lê avaliações, acessa promoções e pode receber o produto em casa sem enfrentar filas ou trânsito. Esse equilíbrio entre eficiência e experiência é o que tem sustentado o modelo híbrido de consumo.

Pesquisa de preços: o elo entre o físico e o digital

A pesquisa de preços é o ponto de encontro entre os dois mundos. 82% dos brasileiros afirmam que vão comparar valores antes de comprar, e 87% farão isso pela internet, ainda que a compra final ocorra em loja física.

Os marketplaces e buscadores (52%) aparecem como principais ferramentas de pesquisa, seguidos por sites internacionais (69%) e lojas de departamento (47%). Já 64% dos entrevistados pretendem visitar lojas físicas para verificar a qualidade dos produtos.

Esse comportamento confirma o surgimento do consumidor omnicanal, que usa a tecnologia como ferramenta de decisão, mas continua valorizando a experiência presencial.

Desafio para o varejo: integrar canais e histórias

Para o varejo, a mensagem é clara: o consumidor não quer escolher entre loja física e digital, ele quer uma jornada fluida entre ambos. Isso exige integração de estoques, consistência de preços, atendimento unificado e comunicação coerente em todos os canais.

As marcas que conseguirem alinhar experiência presencial, praticidade online e confiança nas entregas terão vantagem competitiva neste Natal. Afinal, a fidelização hoje não depende de onde o cliente compra, mas de como ele se sente ao comprar.

A pesquisa confirma que o consumidor brasileiro se tornou multicanal por natureza. Ele pesquisa no celular, compara no computador, visita a loja e finaliza a compra no app ou faz o caminho inverso.

No fim, o Natal de 2025 não será do shopping nem do marketplace: será do consumidor conectado, que aprendeu a transformar todos os canais em um só caminho para celebrar e presentear.

FONTE: Varejo S.A